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Enfim, polícia pede prisão preventiva do motorista do Porsche

A Polícia Civil de São Paulo pediu a prisão preventiva do motorista do porsche que causou a batida que matou um homem na Zona Leste de São Paulo, no último domingo. O pedido foi assinado pelo delegado Nelson Vinicius Alves, do trigésimo Distrito Policial, no bairro do Tatuapé, na quarta-feira.

O delegado afirma que Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, poderia subornar ou ameaçar as testemunhas, considerando que o jovem tem um “poder aquisitivo elevado”, sendo sócio de duas empresas. O porsche que ele dirigia é avaliado em R$ 1 milhão. Além disso, acredita que, estando em liberdade, Fernando poderia forjar provas a favor dele e até mesmo fugir de São Paulo.

Segundo testemunhas, Fernando estaria visivelmente embriagado quando bateu no carro do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos. O jovem já teve a carteira de habilitação suspensa por desrespeito às normas de trânsito.

Na sexta-feira, Ministério Público emitiu um parecer favorável à prisão preventiva. O MP ainda diz que a mãe dele tentou atrapalhar investigações ao retirar o filho do local. Ela alegou a policiais militares que o levaria a um hospital particular para tratar um ferimento na boca, e os dois foram liberados. Eles não chegaram a ir ao hospital e só foram localizados 38 horas depois, quando o jovem se apresentou à delegacia.

Com isso, os PMs que atenderam a ocorrência não aplicou o teste do bafômetro. A promotora substituta Monique Ratton defende que, mesmo que a Justiça não acate o pedido de prisão, determine medidas cautelares a mãe e filho. Entre elas, cita a proibição de acesso ou frequência ao local do crime, ou qualquer local próximo; proibição de manter contato com qualquer testemunha e suspensão da carteira de motorista de Fernando.

Nós procuramos a defesa de Fernando, que ainda não se manifestou. Eles tem dito que ele não fugiu. Segundo os advogados, o empresário e a mãe não foram ao hospital após ser liberado pela PM por receio de sofrer linchamento.

PM afasta das ruas policiais que liberaram motorista

A Polícia Militar afastou das ruas os PMs que liberaram o motorista do Porsche que bateu contra um Renault Sandero e matou o motorista de transporte por aplicativo Ornaldo da Silva Viana na zona leste de São Paulo.

A informação foi confirmada à CBN pelo comandante-geral da PM, coronel Cássio Araújo de Freitas. Segundo ele, os policiais atuarão apenas em atividades administrativas até a sindicância interna que apura a conduta dos agentes ser concluída.

O comandante afirmou que há indícios de que a mãe de Fernando Sastre de Oliveira Filho, condutor do Porsche, tenha enganado os policiais. Segundo a Polícia Civil, Daniela Cristina de Medeiros retirou o filho do local do acidente no próprio carro, alegando que ele seria atendido no hospital. Com isso, os PMs que atenderam a ocorrência, não aplicaram o teste do bafômetro.

Para o Ministério Público de São Paulo, Daniela tentou atrapalhar as investigações do caso. O secretário estadual de Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou que, se as investigações apontarem erro dos policiais, eles serão punidos.

Uma testemunha da batida afirmou à TV Globo que relatou à Polícia Civil ter visto três garrafas de vidro dentro do Porsche. A informação não está, no entanto, no depoimento que a testemunha deu à polícia sobre o caso.

Marcus Vinicius Machado Rocha, que estava no banco do carona do Porsche, continua entubado e internado em coma induzido na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital particular na Zona Leste da capital.

O homem de 24 anos foi indiciado por homicídio com dolo eventual, fuga e lesão corporal. Ele dirigia o Porshe que bateu contra um Renault Sandero e causou a morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos.

Yasmin Caetano  e  Bruno Luiz — São Paulo